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A ADMINISTRAÇÃO CIENTÍFICA OU TAYLORISMO

A ADMINISTRAÇÃO CIENTÍFICA OU TAYLORISMO

Uma das preocupações marcantes da Administração dessa época era a eficiência dos processos de fabricação. Frederick Winslow Taylor, pioneiro da Administração científica, conseguiu montar um conjunto de princípios e técnicas visando à eficiência no processo fabril. Taylor acreditava que a prosperidade econômica somente seria conseguida com a maximização da produtividade dos trabalhadores, e a eficiência dependeria do redesenho do trabalho e da mudança de atitude dos trabalhadores. A importância do redesenho se dava pela ausência de métodos; e, sem métodos, cada trabalhador fazia suas tarefas de acordo com palpites e intuições, sem contar a dificuldade na avaliação de desempenho, por parte dos administradores. A partir de suas observações e experiências, ele começou a desenvolver seu sistema de administração de tarefas, mais adiante conhecido como sistema Taylor, taylorismo e, finalmente, administração científica.

Conheça um pouco mais sobre os Estudos de Taylor

Os estudos de Taylor se dividem em duas fases distintas. Cada uma delas corresponde a publicações de um livro. A primeira fase corresponde à publicação do livro Shop Management (Administração Fabril) em 1903. A segunda fase é demarcada com a publicação de Principles os Scientific Management (Princípios da Administração Científica).

Em seu estudo Shop Management (Administração Fabril), Taylor propunha sua filosofia de Administração, que compreendia quatro princípios.

1. O objetivo da Administração era pagar salários altos e ter baixo custo de produção.

2. Com esse objetivo, a Administração deveria aplicar métodos de pesquisa para determinar a melhor maneira de executar tarefas.

3. Os empregados deveriam ser cientificamente selecionados e treinados, de maneira que as pessoas e as tarefas fossem compatíveis (racionalização).

4. Deveria haver uma atmosfera de íntima e cordial cooperação entre a Administração e os trabalhadores, para garantir um ambiente psicológico favorável à aplicação desses princípios.

 

 

Organização Racional do Trabalho

Taylor verificou que os operários aprendiam a maneira de executar as tarefas observando seus colegas de trabalho. Devido a isso, os operários acabavam realizando a mesma tarefa de maneiras diferentes, e isso gerava desperdício de tempo e recursos. O que prevalecia eram métodos empíricos, e Taylor buscou substituir métodos empíricos e rudimentares pelos métodos científicos, os quais receberam o nome de Organização Racional do Trabalho (ORT).

A Organização Racional do Trabalho fundamenta-se nos seguintes aspectos:

» Análise do trabalho e do estudo dos tempos e movimentos;

» Estudo da fadiga humana;

» Divisão do trabalho e especialização do operário;

» Desenho de cargos e tarefas;

» Incentivos salariais e prêmios de produção;

» Conceito de homo economicus;

» Condições ambientais de trabalho;

» Padronização de métodos e de máquinas;

» Supervisão funcional.

 

Estudo dos Tempos e Movimentos

Consistia na cronometragem dos movimentos dos trabalhadores, dividindo-os nas tarefas que os compunham, chamando-as de unidades básicas de trabalho. O segundo passo era analisar as unidades básicas de trabalho, procurando a melhor maneira de executá-las e de combiná-las para a tarefa maior. Usando um sistema de pagamento por peças produzidas, que fazia os rendimentos do trabalhador aumentarem de acordo com seu esforço, Taylor conseguia aumentar expressivamente a eficiência.

Isso, para Taylor, causava uma revolução mental relacionada ao trabalho, em que o trabalhador encarava o trabalho com mais responsabilidade. A questão não é trabalhar duro, nem depressa, nem bastante, mas trabalhar de forma inteligente.

 

Princípios da Administração Científica de Taylor

Para Taylor, a gerência adquiriu novas atribuições e responsabilidades descritas pelos quatro princípios a seguir:

Princípio do planejamento: o gerente deverá substituir o empirismo e a improvisação do operário por métodos baseados em procedimentos científicos. Deverá programar e planejar o método de trabalho;

Princípio do preparo: selecionar cientificamente os trabalhadores de acordo com suas aptidões e prepará-los e treiná-los para produzirem mais e melhor, de acordo com o método planejado. Além do preparo da mão de obra, o gerente deverá preparar também as máquinas e os equipamentos de produção, bem como o arranjo físico e a disposição racional das ferramentas e materiais;

Princípio do controle: o gerente deverá controlar o trabalho para se certificar de que o ele está sendo executado conforme as normas estabelecidas e segundo o plano previsto. A gerência deve cooperar com os trabalhadores para que a execução seja a melhor possível; 

Princípio da execução: distribuir distintamente as atribuições e as responsabilidades, para que a execução do trabalho seja bem mais disciplinada.

 

Na Administração Cientifíca ocorre uma repartição de responsabilidades: a administração (gerência) fica com o planejamento (estudo minucioso do trabalho do operário e o estabelecimento do método de trabalho) e a supervisão (controle contínuo ao trabalhador durante a produção), e o trabalhador fica com a execução do trabalho, pura e simplesmente.

O taylorismo exerceu uma influência prática também poderosíssima. A "taylorização" das relações de produção caracteriza todo um período da industrialilzação mundial. De fato, o pensamento de Taylor encontrou seguidores em todo o mundo.

Contudo, a Administração Científica sofreu inúmeras críticas, entre elas: o mecanicismo de sua abordagem (teoria da máquina), a superespecialização que robotizava o operário, a visão microscópica do homem visto isoladamente e como parte da maquinaria industrial, a abordagem incompleta envolvendo apenas a organização formal, a limitação do campo de aplicação à fábrica, omitindo o restante da vida de uma empresa, a abordagem eminentemente prescritiva e normativa e tipicamente de sistema fechado.

Mesmo assim, essas limitações e restrições não apagam o fato de que a Administração Científica foi o primeiro passo concreto da Administração rumo a uma teoria administrativa. Foi Taylor quem implantou diversos conceitos que até hoje são utilizados na Administração.

 

O FORDISMO

Henry Ford, americano, engenheiro prático, fundador da Ford Motor Company, foi pioneiro ao implementar a linha de montagem em esteira, uma ideia que ele subtraiu de um sistema de carretilhas aéreas de um matadouro, em que as peças (reses) passavam através dessas carretilhas enquanto os homens executavam os cortes necessários. Ford implementou essa ideia em sua fábrica juntamente com o  aprimoramento dos princípios de Taylor, e conseguiu tornar o carro acessível à classe média.

O famoso Modelo “T”, lançado em 1908, foi fruto dessa produção em esteira e revolucionou a indústria automotiva na época, por ter baixo custo de produção e manutenção, e, também, pela velocidade empregada na produção (produtividade), sendo capaz de entregar um carro a cada 90 minutos. Essa produtividade levou o modelo T a ter mais de 50% do mercado norte-americano em 10 anos, porém, para alcançar essa velocidade, somente produzia carros na cor preta.

 

Em determinado momento, Ford teve problemas de desperdício de materiais, absenteísmo e turnover; então, para resolver essas questões, ele implementou o Five Dolar Day, dizendo que cada operário iria receber cinco dólares por dia, quando o salário industrial médio dos EUA era de US$1/dia, se cumprisse determinadas exigências. 

O cumprimento das exigências requer, dos trabalhadores, senso de responsabilidade e comprometimento com a realização da tarefa conforme as determinações estabelecidas. Isso também demonstra a ideia de que o homem é motivado por recompensas materiais. Além disso, seria uma forma de controle, de racionalização não só do trabalho, mas, também, da sociedade.

Por mais que haja críticas ao modelo taylorista-fordista com relação à visão do homem motivado por dinheiro, não poderíamos negar que é a partir das recompensas salariais e materiais que as pessoas conseguem realizar boa parte dos seus principais objetivos na sociedade moderna. Além de recompensar as pessoas, deveria proporcionar as condições adequadas de trabalho para que o homem pudesse realizar bem as suas atividades, conforme citado por Taylor em seus principais aspectos da organização racional do trabalho.